Ecos de Casével

Ecos de Casével
Jornal digital de Casével

quarta-feira, 28 de março de 2012

RESENHA HISTÓRICA

 
A primeira notícia que faz referência a Casével como freguesia data de 1553, a qual referia que a freguesia de Casével tinha um povoamento predominantemente disperso, e era constituída por três núcleos populacionais: Alqueidão, Comenda e Vila Nova. Os núcleos de Comenda e Alqueidão, vulgo Casével, são já citados no “Cadastro da População do Reino”, com o registo de cinquenta e sete fogos e uma população de cerca de duzentos e vinte habitantes, e a “Aldeia de Vila Nova de Casével” com 31 habitações onde viviam cerca de cento e vinte pessoas. A área de Casével chegou a ser substancialmente maior que a actual, isto pelo facto de ela ter estado anexada, em tempos distantes, à freguesia de Santa Cruz da Ribeira de Pernes, o que também aconteceu, durante algum tempo à hoje independente freguesia de Vaqueiros. Casével andou, durante mais três séculos, ligada ao antigo concelho de Sernes, criado por D. Manuel em 1514 e extinto em 1855. A freguesia de Nossa Senhora da Assunção de Casével era, em termos eclesiásticos, uma vigararia e o seu vigário, monge da Ordem de Cristo fazia parte da Mesa da Consciência e Ordens. O rendimento inicial do vigário era pago pela comenda e era de 40.000 réis e pé d'altar, mais tarde a renda passou para 200.000 réis anuais, incluindo o pé d'altar. O seu coadjutor recebia a renda anual de um moio de pão meado, seis alqueires de trigo, quarenta e três almudes de vinho e 4.000 réis em dinheiro. D. Gastão Coutinho, que muito se notabilizou nas artes e letras, foi comendador desta freguesia, da qual era natural. Faleceu em 1533 e a sua memória foi perpetuada numa lápide sepulcral, brasonada com as armas dos Coutinho gravadas na pedra, que se encontra no corpo da igreja em frente à capela-mor. Nesta lápide, pode ler-se a seguinte legenda em caracteres góticos:
“Aqvi iz do gasta covtinho filho/q foy de code do goncalo q foy de m alva e comendador q foi de Casevel/e faleceu anno de 1533”.
As dimensões da lousa tumular são de 1,20 metros de largura e 2,57 metros de comprimento, apresentando todas as características do quinhentismo inicial, época em que se julga ter sido construída a igreja matriz, que tem vindo a ser alterada por diversos reparos e obras. Do mesmo período existe uma pia baptismal, cuja taça, base e nó têm decorações de estilo renascença. As armas dos Coutinho estão gravadas numa das faces do cálice. Também do século XVI é “O Calvário”, uma pintura a óleo sobre tábua, com as dimensões de 1,36 metros de altura por 1,26 metros de largura. Na singela fachada do templo, destaca-se um pequeno alpendre rompido sobre o arco e ladeado pela torre sineira. Encontra-se ainda um magnífico e antiquíssimo cruzeiro no adro da igreja.

O orago da freguesia é Nossa Senhora da Assunção. Hoje solenemente celebramos o facto ocorrido na vida de Maria de Nazaré, proclamado como dogma de fé, ou seja, uma verdade doutrinal, pois tem tudo a ver com o mistério da nossa salvação, e sendo a Igreja assim definiu pelo Papa Pio XII em 1950: "A Imaculada Mãe de Deus, a sempre Virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma à glória celestial." Antes esta Celebração tanto para a Igreja do Oriente como para o Ocidente chamava-se Dormício (passagem para a outra vida), até que se chegou ao de Assunção de Nossa Senhora aos Céus, isto significa que o Senhor reconheceu e recompensou com antecipada glorificação todos os méritos da Mãe, principalmente alcançados em meio as aceitações e oferecimentos das dores. Maria contava com 50 anos quando Jesus ascendeu aos Céus e já tinha sofrido com as dúvidas do seu esposo, o abandono e pobreza de Belém, o desterro Egipto, a perda prematura do Filho, a separação no princípio do ministério público, o ódio e perseguição das autoridades, a Paixão, o Calvário, a morte do Filho, embora tanto sofrimento, São Bernardo e São Francisco de Sales é quem nos aponta o amor pelo Filho que havia partido como motivo de sua morte. Portanto a Virgem Maria ressuscitou, como Jesus, pois sua alma imortal uniu-se ao corpo antes da corrupção tocar naquela carne virginal, que nunca tinha experimentado o pecado. Ressuscitou, mas não ficou na terra e sim imediatamente foi levantada ou tomada pelos anjos e colocada na Igreja Triunfante como Nossa Senhora, Mãe e Omnipotência Suplicante assunta aos Céus!

Fonte: http://www.distritosdeportugal.com/santarem/casevel/index.htm

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